Período:
10 de janeiro de 2020.
Local:
Habitat Marte – Núcleo de Pesquisas em Engenharia, Ciência e Sustentabilidade do Semiárido (NUPECS) – Caiçara do Rio do Vento – RN – Brasil.
Membros da missão:
Dalmo Múcio Silva dos Santos
Cientista-chefe
E-mail: dalmomucio@gmail.com
Davi Alves Feitosa de Souza
Comandante da missão
Bruno Moraes Barreto
Executivo-chefe
Objetivo geral:
Expansão do BioHabitat.
Apresentação
Na missão 27 desenvolvida em 10 de janeiro de 2020 realizou-se manutenções e reformas no BioHabitat.
Atividades desenvolvidas na missão:
- Realização de reforma do BioHabitat;
- Análise de como será implementado o método de cultivo deep water culture (DWC) para a produção de alimentos no Habitat Marte;
- Aplicação do concentrado de nutrientes no sistema de aquaponia;
- Limpeza do fundo do tanque de peixes e realização do protocolo de observação do BioHabitat e identificação de oportunidades de melhoria desse procedimento.
10 de janeiro de 2020
Horário
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Atividades
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8h30-9h
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- Início da missão;
- Verificação de várias atividades a serem realizadas na estação;
- Temperatura interna do Habitat: 27,3 oC;
- Umidade relativa interna do Habitat: 70%.
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9h-9h30m
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- Protocolo de observação do BioHabitat antes da solução de lodo;
- O sobrenadante da solução de lodo foi retirado e a bomba de oxigênio foi inserida no recipiente para realizar a desgaseificação do concentrado de nutrientes.
- Temperatura interna do Habitat: 26,5 oC;
- Umidade relativa interna do Habitat: 78%.
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9h30-12h30m
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- Realização das modificações no BioHabitat;
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12h30m-13h
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- Preparação do almoço.
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13h-13h40m
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- Almoço(macarrão com molho de tomate e atum ralado).
- Durante o almoço foram discutidas algumas dificuldades encontradas na atividade desenvolvida no BioHabitat.
- Temperatura interna do Habitat: 31,3 oC;
- Umidade relativa interna do Habitat: 54%.
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13h40m-15h30m
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- Finalização das modificações no BioHabitat;
- Listagem dos materiais para o DWC;
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15h30m-16h
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- Aplicação da solução de lodo no tanque de peixes e conclusão das atividades;
- Temperatura interna do Habitat: 30,7 oC;
- Umidade relativa interna do Habitat: 54%.
- Saída do Habitat Marte.
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Resultados e considerações finais
A missão aconteceu no dia 10 de janeiro de 2020, sendo a vigésima sétima missão na estação de pesquisa Habitat Marte e a primeira de 2020, na cidade de Caiçara do Rio do Vento, Rio Grande do Norte.
A equipe da missão 27 foi composta por Davi Souza(Comandante), Bruno Barreto(executivo-chefe),o professor Dalmo Santos(cientista-chefe), tendo a colaboração de José Felipe da Silva. A missão teve uma carga horária de 7 horas e 30 minutos.
Alguns minutos após o início da missão, devido à chuva, houve a necessidade de mudar o roteiro de atividades pensado pela equipe. Assim, optou-se por dar início ao processo de desgaseificação no experimento com a solução do lodo coletada durante a manutenção realizada na missão 24 (4 e 5 de Dezembro de 2019), dando continuidade com o protocolo de manutenção de BioHabitat.
A solução a ser inserida no tanque de peixes consiste no produto proveniente da biodigestão do lodo (matéria orgânica mineralizada) para proporcionar melhor desenvolvimento para as plantas. Para acompanhar o comportamento e efeito da solução no sistema de aquaponia, ela foi aplicada posteriormente ao protocolo de observação do BioHabitat. Assim, serão feitas verificações no sistema para comprovar a eficácia do experimento para a produção de alimentos em habitats espaciais. Outro fator motivante para o experimento é o reaproveitamento dos resíduos gerados nas atividades de manutenção e em estufas de produção de alimentos, os quais podem ser transformados em adubo e biogás. Além de ser um mecanismo alternativos para suprir a demanda nutricional das plantas em períodos de despesca, já que os peixes menores não poderão fornecer toda a matéria orgânica necessária.
Notou-se com a chuva e os ventos registrados em Caiçara do Rio do Vento em 10 de janeiro de 2020, o aumento da percepção de riscos, gerando estresse e o desgaste psicológico. Durante o almoço, discutiu-se sobre a importância do desenvolvimento de procedimentos para evitar situações estressantes decorrentes dos riscos advindos de chuvas. É provável que de janeiro à abril de 2020 existe a previsão de chuvas frequentes na região onde funciona o Habitat Marte.
A atividade de montagem da ampliação do BioHabitat foi desafiadora, tendo em vista a ocorrência de chuva em parte da manhã. Também registrou-se fortes ventos que geraram dificuldades na montagem da estrutura do BioHabitat.
É importante existir protocolos de segurança para lidar com o procedimento de construção dos habitats análogos e os que venham a funcionar em Marte.
Vento, chuva e as consequências desses fenômenos, assim como os possíveis riscos / segurança na montagem das estruturas dos habitats caracterizam uma situação inédita em relação a outras missões que foram realizadas no Habitat Marte até então, inclusive com a possibilidade de criação de novas linhas de atuação e atualização dos protocolos atuais.
Em circunstâncias de chuva alguns possíveis riscos são: queda, choque elétrico, dificuldade no manuseio de ferramentas, acidentes, injuriações e dificuldades de mobilidade. Em situações de chuva necessita-se existir cuidados adicionais em termos de segurança.
Precisa-se também definir em que situações uma atividade de montagem de estruturas carece ser suspensa. Considera-se que deve-se determinar uma quantidade de milímetros de chuva que pode ser arriscado a inviável. Recomenda-se queseria interessante observar algumas possíveis fontes de informação para predizer as possíveis condições de riscos decorrentes das chuvas: 1) nuvens no céu; 2) pluviômetro; 3) previsões de chuva em sites especializados.
Em um tempo de muita chuva as atividades extraveiculares poderiam ser suspensas após uma avaliação do grupo das possíveis consequências do trabalho nessas condições.
Na Mars Desert Research Station – MDRS, em Hanksville (Utah-Estados Unidos), em condições de instabilidades climáticas como chuva e neve, as atividades extraveiculares são suspensas. De certo modo esse é um procedimento a ser seguido por várias estações análogas. Em condições de forte chuva e vento deve-se se concentrar em atividades intraveiculares.
As situações de chuva demandam refletir sobre procedimentos de melhoria da infraestrutura, como: 1) aplicação de fitas antiderrapantes; 2) limpeza da água de chuva acumulada com rodo; 3) criação de mais áreas cobertas com telhados; 4) criação de estruturas de drenagem, evitando o acumulo da água; 5) calçamento de áreas de terra/barro por superfícies de cimento de modo a evitar problemas de contaminação e acidentes advindos do contato com lama. Também na Mars Desert Research Station – MDRS observou-se na missão 182 (novembro/2017), com participação do professor Julio Rezende, muitos problemas relacionados à lama nos habitats espaciais análogos.
Quanto à Marte, possíveis ameaças aos processos de construção de habitats espaciais são: 1) tempestades de poeira, 2) ventos fortes, 3) tempestades cósmicas; 4) deslizamentos de áreas de relevo instável e 5) contaminação de vestimentas.
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