Hoje, 17 de
junho, é comemorado o Dia Mundial de
Combate à Desertificação e a seca. Esta data é uma oportunidade para
reflexões sobre a própria condição do semiárido e as estratégias que precisam
existir para lidar com esse fenômeno. A data foi criada em 1994. Na Europa 22%
do solo está erodido. Grande parte do sul do continente pode se desertificar
até o ano de 2050. Alternativas seriam, por exemplo, o reuso da água.
Muitos
cientistas procuram associar a intensificação dos processos de desertificação e
secas com as mudanças climáticas. De acordo com essa corrente de pensamento,
serão mais prolongados os períodos de estiagem. Possíveis consequências são a
desestruturação produtiva e a geração de maior números de conflitos, guerras e
refugiados. Em vista da importância do tema, verifica-se a necessidade de
políticas públicas que apresentem soluções. Considera-se estratégico o debate
da temática no contexto dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
No Núcleo de
Engenharia, Ciência e Sustentabilidade do Semiárido (NUPECS), em funcionamento
na zona rural de Caiçara do Rio do Vento, no estado do Rio Grande do Norte,
temos recebido grupos de estudantes e professores para debater sobre quais
estratégias podemos desenvolver para diminuir o impacto de populações no meio
ambiente e como podemos conviver melhor com as condições encontradas no
semiárido. No último dia 14 de junho, recebemos estudantes da Escola Estadual
Floriano Cavalcanti, da cidade de Natal.
Um enfoque especial explorado na visita ao
NUPECS, foi quanto ao tema espacial. Ciência e tecnologia espaciais associadas
podem apresentar importantes caminhos inovadores no sentido de se imaginar
novas formas de convívio com o semiárido. Uma dessas compreensões seria a
concepção e desenvolvimento de habitats autossustentáveis que apresentem às
pessoas, que venham a habitar nesses locais, condições favoráveis de
sobrevivência. Esse locais devem permitir aproveitar recursos escassos
realizando o reaproveitamento da água, a reciclagem de resíduos, a produção de
alimentos e a geração da própria energia, tudo isso associado a uma boa
condição de conforto e segurança. É isso o que ocorre na Estação Internacional
Espacial ou ISS (International Space Station) e é isso que ocorrerá nas
primeiras estações de pesquisa a se instalarem no planeta Marte e é essa a
proposta inovadora de pesquisa empreendida na estação de pesquisa análoga à
Marte, Habitat Marte, que funciona no NUPECS, em Caiçara do Rio do Vento.
Trata-se da primeira estação de pesquisa análoga à Marte a funcionar na América
do Sul e a quarta no mundo. Acreditamos que projetos inovadores como o Habitat
Marte contribuam para lidar com a desertificação e a seca. Mais informações
sobre o Habitat Marte podem ser encontradas em: www.HabitatMarte.com.